terça-feira, novembro 11, 2025

Um casa na areia (Pablo Neruda)

 


"Pela primeira vez senti, feito uma aguilhoada, esse cheiro de inverno marinho, misto de boldo e areia salgada, algas e cardos", pág 41.

A obra Uma casa na areia de Pablo Neruda, um dos maiores escritores da América Latina, retrata registros do autor em sua casa em Isla Negra, no Chile.

"Por que não recusamos na hora de nascer tudo que nós concediam e tudo que não abarcávamos? É que tínhamos que estar de acordo antes de ser. Depois de ser e de saber,  aprende-se a cercar e a fechar. Nossa mesquinha contribuição para o mundo é um mundo mais estreito", pág. 101.

Uma autobiografia construída por detalhes de um ambiente melancólico e belo, que foram realçadas nas ilustrações em preto e branco.

Poesia, prosa, casa, areia, cheiro de brisa, mar e memórias.

"Canta e golpeia o mar, não está de acordo. Não o amarrem. Não o encerrem. Ainda está nascendo. A água estoura na pedra é seus infinitos olhos se abrem pela primeira vez. Mas se fecham de novo, não para morrer, é sim para continuar nascendo", pág. 107.

Por Analítica 

terça-feira, novembro 04, 2025

Do amor e outros demônios (Gabriel Garcia Marquez)


"Não há remedio que cure o que a felicidade não cura". 'Do amor e outros demônios' é uma ficção do renomado escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez - vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1982. 

Este é o segundo contato com a escrita do autor. Indicação da curadora Socorro Acioli pela Tag Curadoria do mês de agosto, na obra viajamos em companhia da rebelde Sierva Maria e nos enveredamos em uma história conflituosa de amor impossível entre a menina e Cayetano Delaura.

Preconceitos, amores, religiosidade, imposições da sociedade e padrões a seguir. 

Uma narrativa que desperta algumas possibilidades: a rebeldia da menina é reflexo da influência dos negros, à mordida de cachorro com raiva, do amor ou de outros demônios?

"Nenhum louco, é louco para quem aceita as razões dele". 

A ilustração da capa, assim como a luva e o marcador do livro são condizentes com o enredo. O kit presenteia ainda com um chaveiro e uma mensagem de incentivo: "Ler abre portas".

Por Analítica 

quarta-feira, outubro 01, 2025

A coragem de ser imperfeito (Brené Brown)

 


“Em vez de nos sentarmos à beira do caminho e vivermos de julgamentos e críticas, nós devemos ousar aparecer e deixar que nos vejam. Isso é vulnerabilidade. Isso é a coragem de ser imperfeito. Isso é viver com ousadia”.

‘A coragem de ser imperfeito – Como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é’, da autora Brené Brown. 

“Vulnerabilidade é a coragem em você e fraqueza em mim”

“Quando éramos crianças, costumávamos pensar que quando crescêssemos não seríamos mais vulneráveis. Mas crescer é aceitar a vulnerabilidade. Estar vivo é estar vulnerável” Madeleine L’Engle

"É preciso coragem para ser imperfeito. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou.”

quinta-feira, setembro 11, 2025

Ipês

 










Se adaptar (Clara Supont-Monod)

 


"Todo adulto deveria lembrar que é alguém em dívida com a criança que foi". Na obra 'Se adaptar', de Clara Dupont-Monod, viajamos para a França na década de 1980, onde conhecemos uma família e uma história sobre vínculos fraternos. 

"Um desabamento pode, as vezes, assumir a forma contrária daquilo que ele encobre. O desespero se transmutaem dureza", pág. 90.

Três irmãos e três perspectivas diferentes. Um menino 'inadaptafo', termo utilizado no cenário da época para descrever um garoto com paralisia cerebral e os reflexos na vida de toda a família. "Ninguém realmente entendeu que naquele momento, uma fratura estava se desenhando. 

Logo os pais falariam dos seus últimos momentos de despreocupação, noção perversa, só pode ser saboreada depois de extinta, quando já se formou memória", pág. 12.

A autora escolhe uma pedra por narrador. A obra também é uma história de resiliência, fraternidade e memórias afetivas.

"Só tem uma letra separando 'livro' de 'livre'. Se você não lê, é porque está completamente aprisionado", pág. 124.

O livro é o primeiro contato do Analítica com a escrita da autora e obra indicada pela tag livros de maio. "Pois com relação ao destino, as mulheres se mostram astuciosas. Elas têm a sensatez de nunca o desafiar. Elas se curvam, mas as escondidas, se adaptam. Elas anteveem redes de apoio, organizam uma resistência, poupam suas energias, enganam os sofrimentos".

Por Analítica 

terça-feira, maio 27, 2025

Um rio de historias na Flib 2025


Na manhã de 22 de maio, a obra Um rio de histórias participou dos debates de uma roda de conversa realizada durante a programação da Festa Literária de Barreiras (Flib 2025). 

As jornalistas Ana Lúcia Souza, Jackeline Bispo e Luciana Roque, autoras do livro-reportagem, dividiram o momento com o professor da Unesp, Paulo Henrique Martinez, neto do poeta Osório Alves de Castro (in memorian). 


O debate foi mediado pelo professor Cícero Félix, da Ufob, que também foi orientador de Um rio de histórias. 

domingo, maio 18, 2025

O amante (Marguerite Duras)

 




Início da leitura: 01.05.2025

Conclusão da leitura: 21.04.2025

"O ar era azul, podia-se apalpá-lo".

Uma sugestão de leitura da Tag Livros Experiências Literárias do mês de abril, O amante, de Marguerite Duras, é uma indicação do curador autor Édouard Louis.

De caráter autobiográfico, a obra traz recortes das memórias da autora, vivenciados em uma fase de autoconhecimento e deslumbramento.

O romance se passa entre as décadas de 1920 e 1930, e tem por cenário a Indochina francesa, antes da guerra.

"A história da minha vida não existe. Ela não existe. Nunca há um centro. Nem caminho, nem linha".

Entre traumas e descobertas, a narrativa é marcada por relatos de quem amadureceu à duras penas, sendo suas experiências reflexo de dolorosos relacionamentos que anteciparam sua maturidade.

"De repente eu me vejo como outra, como outra seria vista, de fora, posta à disposição de todos, à disposição de todos os olhares, na circulação das cidades, dos caminhos, do desejo", página 16.

Por Analítica 









Um casa na areia (Pablo Neruda)

  "Pela primeira vez senti, feito uma aguilhoada, esse cheiro de inverno marinho, misto de boldo e areia salgada, algas e cardos",...